Hoje foi um dia difícil. Agora já noite sinto, no fundo da garganta, aquele arranhar, aquela vontade de chorar.
Foi um dia que não me lembro de ter há muito tempo. Ou será o inverso?
Quero chorar de raiva, de solidão, de amargura e de alívio. Não me lembro de me sentir tão só há tanto tempo. Quero chorar para tentar aliviar o coração, para tentar arrefecer todas as ilusões de amores e contos de fadas que cá dentro, ainda se acalentam e vivem da minha personalidade sonhadora.
Quero deitar-me na cama, agarrar a almofada e contar-lhe sonhos enquanto ela segura as minhas lágrimas que teimam em sair. Enquanto ele me sussurra canções de embalar como quando era menina, enquanto me ampara . Quero mostrar-lhe o quão salgado está o meu coração.
Mas não o vou fazer. Não vou carregar a minha almofada com lágrimas que me adormecem e não vou deixá-la cantar as músicas que me embalam na solidão. Não deixá-la tomar em si, os meus problemas e hoje vou tentar não dormir encolhida no meu mundo. Hoje vou deixar a minha mente vaguear, vou deixar o meu coração sorrir e não vou ter medo de acordar.
Hoje, mas só hoje, vou sorrir à lágrima.
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