sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sobre rótulos

Estamos sempre sendo observados pelo OUTRO: aquele seu amigo, a sua mãe, o seu vizinho invejoso, a sua cunhada horrorosa, aquele seu amor verdadeiro, o seu conhecido. Enfim, todos estão a nos observar. Mas, entra ano e sai ano na história da humanidade e o homem nunca vê o outro como gostaria de ver a si mesmo. 

Mas não vou pregar nada, nem fazer sermões -até porque sou anti-campanhas. O que acontece é que todos nós: (de novo!) eu, você, sua mamãe, seu padrasto, sua vizinha encrenqueira, seu carteiro mal-humorado - somos feitos de carne e osso, ou seja, temos muuuuitos defeitos. Porém, como tudo não são só "#@$%", temos qualidades para contrabalancear o malfeito. Só que quando querem acabar com o nosso sossego, seja por qualquer motivo torpe: basta darmos uma só "cagada" fora do pinico, que podemos ser ROTULADOS pelo resto da vida. 

Sarte já sabia um pouco disso quando gerou a idéia, tão divulgada pelo tempo, de que: "o inferno são os outros". Isso porque já havia gente infernizando a vida alheia faz tempo. 

Os rótulos nunca são para falar coisas boas sobre ninguém. Eles nunca aparecem sorridentes, contando felicidades. Até porque, infelizmente, as coisas ruins é que ficam gravadas na mente. O reforço de uma qualidade, fica por vezes esquecida. É lembrada por pouco tempo, uns 30 segundos e apagada da memória. Mas os rótulos se prendem às embalagens de forma fácil, fácil e fica difícil retirar depois de colados. 

O ATRASADO mesmo quando chega cedo - nunca é lembrado ou reforçado por chegar no horário. Mas é só o cara se atrasar para que todos se lembrem de que é ATRASADO. 

O cara boa praça só porque quer ser agradável - ganha fama de FALSO. A mulher que namora bastante, acaba com fama de FÁCIL e por ai vai...

Até quando vamos continuar perpetuando essa idéia? Até quando vamos repetir mentiras sobre as pessoas e deixar que elas se tornem verdades absolutas? Até que ponto podemos olhar a embalagem e esquecer o conteúdo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário