E daí que eu mudei tanto que olho para trás e não reconheço aquela Suhny?
E daí que eu mudei tanto que não consigo me imaginar não sendo como sou hoje e não estando feliz como estou hoje?
Foram tantas mudanças, tantos passos, tantas lágrimas, tantas dor. Senti colocarem tantas vezes o dedo na minha ferida e aprendi que nao adiantava apenas colocar um curativo, ela não iria sarar, demorasse o tempo que demorasse. Foi preciso eu tirar o curativo, sentir o cheiro ruim, olhar para ela e ver o quanto ainda estava em carne viva; tratar, passar remédio, sentir arder e repetir as operações várias vezes até perceber que não ardia nem cheirava mais tão mal assim. Mas que eu precisava continuar cuidando até que sarasse.
Hoje eu não consigo imaginar como pude passar por tudo que passei nos últimos quase três anos. No tanto de decepção, desilusão, no tanto que magoei e fui magoada. Na forma que estava tratando as pessoas que me amam.
Como pude ser tão fria em fazer tudo aquilo? Como pude ser tão forte em suportar tudo que veio em seguida?
Como estou sobrevivendo a esses anos depois de todas as rasteiras que vieram não sei nem bem de onde?
Como consegui, depois de tudo, levantar a cabeça, enxugar as lágrimas e dar mais um passo pra frente?
Um?! Um, nada! Vários!
Agora sim, parece que minha vida está tomando o rumo que sempre quis dar a ela, parece que as peças estão se encaixando e, enfim, estou conseguindo viver a felicidade que eu sempre tive certeza que era merecedora.
Só tenho a agradecer a todas as lágrimas derramadas, a toda dor que senti e a coragem que tive para conseguir enfrentar muitos de meus medos.
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