Nunca vi dom maior pra estrago do que eu. Fala, se confunde. Explica, se perde. Volta, piora. Prossegue, complica. Toca, destroça.
Me perdi no meio do caminho. Esqueci de me desculpar pelo que realmente importa, e vulgarizei a palavra perdão. Não lembrava o que era válido, o que era descartável, esqueci do que importava, valorizei o banal, e compliquei o simples, tentando descomplicar o irreparável.
Criei versos cheios de rancor, tentando colocar a culpa em coitados, abracei quem não merecia, e neguei carinho a quem importava. Apareci nas lentes das câmeras numa tentativa de auto afirmação, me esquecendo de que a auto afirmação é muito mais que meras caras e bocas. Ganhei inúmeras batalhas, mas só dei valor àqueles meros fracassos do passado. Ouvi diversos elogios, mas nunca levei a sério um sequer, tive diversas oportunidades de fazer acontecer, mas pisei no freio que sempre andava ao meu lado por uma vergonha detestável, que provinha de uma imagem imposta por não sei quem, de ser sempre coerente e madura. Madura demais, esse é o problema. Avançada além do que deveria, bom senso muito na frente, e normalidade muito atrás.
Chegou o dia de reverter a situação. Esqueci que reverter o irreversível era bobagem. O que foi perdido, foi perdido. O que ficou, ficou. O que não muda, não muda. Você toca, você destroça. É simples. Ou não.
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